quinta-feira, 24 de novembro de 2011


                 
Acho que o que faz o nordestino que mora lá no sudeste chorar são as belezas naturais aqui da nossa região, estas acompanhadas de muita paz. E o que falta aqui em se tratando de bens de consumo, sobra em alegria, mesmo que somente os sonhos sejam realidade. Não tem preço acordar com a passarada; tomar banho nas cachoeiras ou riachos; sentir o cheiro puro do mato e das flores do campo; comer fruta tirada do pé, almoçar uma galinha caipira com xerém, e dormir com as portas abertas escutando o tinir dos grilos e os desafios dos sapos na lagoa.
A vida aqui parecer ser mais longa do que nos grandes centros, porque aqui se tem tempo para viver cada segundo.  
Quando aqui pela Net conversei com um nordestino que mora em São Paulo e faz 28 anos que não vem aqui, esse chorou diante minha descrição. Aí escrevi essa música para o meu amigo, a qual prometi aqui postar.    



Ê SAUDADE (Carlos Magano)

Ê saudade,
Que dentro do peito emperra,
 Ê saudade,
De subir naquela serra
Ê saudade,
De beber água na fonte,
De ver lá no horizonte
Pássaros voando aos montes
São coisas da minha terra.
Ê saudade,
De um carro de boi cantando,
Ê saudade,
De aboio, gado berrando,
Ê saudade,
De me lavar na gamela,
Fechar porta com tramela
De espora, cavalo e sela
E vaqueiro boi derrubando.
Ê saudade,
De enxada, foice e facão,
Ê saudade,
De um café de pilão,
 Ê saudade,
De xerém, de mungunzá
De na rede me deitar
De soinho assoviar
Lua, quintal clareando.
Ê saudade,
Às vezes me vês chorando,
Ê saudade,
Quando fico me lembrando,
Ê saudade,
Me leva batendo esteira
Dói demais, não é besteira
Me transpõe essa fronteira
Que vive me magoando

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