sexta-feira, 7 de outubro de 2011

CONTINUAM ABANDONADOS OS AFETADOS PELAS ENCHENTES EM ALAGOAS E PERNAMBUCO.      NÃO FOI ISSO QUE PROMETEU O PRESIDENTE LULA!
         

Existem pessoas que por não entenderem a manifestação espiritual de um poeta, têm por naturalidade um conceito errôneo quando da análise as sua obras. Inclusive, quando as mesmas aparecem depois de acontecimentos pesarosos, como por exemplo, o que mostra as obras dos compositores do Luiz Gonzaga, onde há quem diga que o Rei do Baião só cantou muito mais as coisas ruins que aconteceram no nordeste.
Entender um poeta é muito difícil até para o próprio, quando ele se auto declara nunca ter feito a composição que queria,  - como é o meu caso -, até porque se assim lhe fosse permitido sua carreira estaria encerrada. Pois, o poeta é um buscador daquilo que ele nunca irá encontrar e por assim ser, essa é a sua condição de ser.
Quando do acontecimento da enchente em Pernambuco e Alagoas, eu como repórter estive vendo de perto aquele triste quadro panorâmico composto por aflição, dor e lágrimas, e percebi que existem vários tipos de mundos aqui dentro desse mundo, e naquele ali ora afetado, o povo fazia parte de uma distinção morbidamente brasileira, e essa indiferença se evidenciava por aqueles que avaliavam apenas a dor dos que se desesperavam, mas não a sentia de fato.
Há pouco, voltei a alguns lugares onde fizeram os assentamentos provisórios para os desabrigados, esses construídos com a esperança de um futuro onde existiria uma retomada dando assim a normalidade de vida àquelas vítimas que sempre foram vítimas, mas, até hoje o povo flagelado pelas enchentes vive naquele campo de concentração com a esperança acelerando a uma velocidade em sentido contrário, se distanciando.
Quando estive cobrindo como jornalista aquela investida cruel da natureza,  como compositor que sou  ou pelo menos pela a mania de querer ser um, entendi que o poeta ou escritor não se aproveita de uma situação como  asim pensam.  O que se nutre disso é o seu espírito que o inquieta,  provocando assim no seu interior um manifesto que precisa de comportas para se esvair . Foi isso que aconteceu comigo, como sempre acontece, e dali, daquele triste acontecimento na história daquela gente, na época, fiz essa triste música.          
  

Minha vida a enchente carregou (Carlos Magano)

Os ganhos que eu consegui na vida,
Com meus calos e o meu rosto que suou
Mesmo com minha reza agradecida
Minha vida a enchente carregou (3x)

Me perdoe se rezei de novo errado.
Deus me diga outra vez se “se zangou”
E do céu por castigo mandou água
Minha via a enchente carregou (3x)

Que punisse os pegados me afogando
Ao Senhor sei não fui obediente,
Mas poupasse a vida do meu Joãozinho
Não foi justo pagar um inocente. (3x)

Se o erro é daqui, que pague o errado
Nem pra mim Senhor seja complacente
Mas Joãozinho pagar sem ter pecado
Carregou minha vida a enchente   (3x)

Tanta água desceu levando tudo.
A tristeza pra nós chegou molhada.
Quantos sonhos de anos conquistados,
A gente viu descer na enxurrada. (3x)

Mas a culpa ao Senhor é arredia,
Tava seco e o Senhor mandou água
A culpa é de outro “deus” aqui da terra
Que de Deus esse deus nunca foi nada      

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