Sobrevivo porque sou
acostumado
Adaptado, e já aprendi sofrer
Venha viver maltratado,
refugado
Agüentar isso sem chorar,
pago pra ver.
Sobreviver sem a menor
condição
Sem opção nesse chão seco
e rachado
Fazer igual a Cristo o
milagre do pão
Para salvar seu rebanho
esfomeado
É assim que sobrevivo
Na aridez do Nordeste
Se você diz que é forte
Vem aqui fazer o teste
Ver de manhã o sol ardente
dizendo
Que vai queimar até tudo
se perder
E ver faltar em casa o pão
de cada dia
Ver o seu gado de sede e
fome morrer
Buscar sustança num
organismo esgotado
Chorar por dentro para ninguém
perceber
Queria ver se agüentavas tudo
isso
E dos teus olhos nenhuma
lágrima correr
É assim que sobrevivo
Na aridez do Nordeste
Se você diz que é forte
Vem aqui fazer o teste
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